Na região do Alto Paranaíba, Minas Gerais, uma palmeira com frutos alaranjados chamada Macaúba tem sido a protagonista de uma ação binacional envolvendo tecnologias de plantio, processamento de óleo vegetal orgânico e parceria com produtores locais. O Projeto Macaúba é realizado pela empresa alemã-brasileira Inocas – Soluções em Ambiente S.A. (em inglês, Innovative Oil and Carbon Solutions) e é responsável pela introdução de um novo conceito de aproveitamento das pastagens pelos pecuaristas do Cerrado. Neste mês (abril 2020), a Inocas iniciou o processo de impulsionamento dos negócios a partir de uma análise personalizada feita pelo Instituto Climate Ventures.

Participante da carteira FIP (Fundo de Investimento Florestal), o Projeto recebeu o reconhecimento na categoria Regeneração pelo Instituto, que trabalha no aceleramento de uma economia regenerativa e de baixo carbono. O objetivo do impulsionamento do negócio é aperfeiçoar o modelo e buscar novos investidores, inclusive para construir uma grande usina de processamento. A Macaúba tem capacidade de regeneração do solo e sequestro de carbono de até 1 tonelada durante o tempo de vida – que pode chegar a 90 anos, enquadrando-se na categoria de bons negócios pelo clima.

BONS RESULTADOS

Em tempos de pandemia mundial pelo Covid-19, o diretor executivo da Inocas, Johannes Zimpel, conta que o Coronavírus ainda não impactou diretamente as atividades do Projeto. “A maior atividade laboral de campo já havia sido concluída: o plantio. Agora, estamos trabalhando na sistematização, revisão e comunicação. Nos preocupa, que, se o confinamento demorar muito, teremos dificuldade de preparar as novas áreas, o que envolve contato direto com os produtores”, explica.

O produtor e presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável de Presidente Olegário (MG), Roberto Antônio de Barros, afirma que a Inocas levou ao produtor rural uma oportunidade inédita, ao financiar e orientar o plantio da Macaúba no sistema agrossilvipastoril. “O produtor terá uma segunda renda e ainda reduz a erosão, ao plantar em curva de nível, além de sequestrar CO2 da atmosfera e mantê-lo no solo”, afirma, destacando os benefícios para o meio ambiente que levaram o Projeto à premiação da Climate Ventures.

“O projeto da Inocas nos trouxe uma expectativa de projeção para um futuro rentável. A equipe tem se mostrado eficiente e comprometida com suas obrigações. Estamos esperançosos que essa parceria nos traga bons resultados financeiros e ecológicos”, resumiu o produtor de Presidente Olegário, Daniel Pinto. A Inocas plantou um total de 3.180 mudas em 13 hectares do produtor, consorciadas com mudas de abacaxi entre as palmeiras. Outras culturas utilizadas na Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) são mandioca, arroz, feijão e melancia.

COMO FUNCIONA

O objetivo do FIP Macaúba, executado pela Inocas, é desenvolver a cadeia produtiva da Macaúba para gerar óleos vegetais sustentáveis e, assim, gerar insumos não transgênicos para a fabricação de cosméticos, químicos e biocombustíveis. A meta é plantar 2 mil hectares de macaúba em sistema de parceria com os produtores locais, coletar 1,5 mil tonelada de frutos e instalar uma grande usina de processamento até 2022.

Para isso, a Inocas assume os investimentos necessários para o plantio da Macaúba (equipe de plantio, mudas, insumos agrícolas, maquinário, material de cerca) e a assistência técnica ao produtor. O produtor entra com a terra e com a mão de obra para manutenção das mudas, num contrato de parceria agrícola de 20 anos. Cinco anos após o plantio, os cachos da Macaúba podem ser cortados e os frutos, processados. O contrato prevê que metade da produção deve ser vendida à Inocas.

Até fevereiro de 2020, a Inocas havia plantado 502 hectares de Macaúba e processado 207 toneladas de frutos, envolvendo 26 produtores parceiros.

Texto retirado do site do Ministério do Meio Ambiente. Leia a matéria completa clicando aqui.

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